SOBRE A PEÇA: AMOR DE FILHO


NASCE O MONÓLOGO


Este texto, "Amor de Filho", foi criado por mim (Wladimir Matos), em 26 de julho de 2007 a pedido do ator Jeff Félix. Na ocasião ele pretendia participar de um Festival de Curtas de Teatro, e me solicitou um monólogo.
A princípio sem ideia e nem inspiração para começar o texto me tranquei no escritório de casa e em frente ao computador, olhando para a página em branco do editor de texto, fiquei por um instante. Coloquei uma música da minha playlist para dar um clima. Aleatoriamente entrou, Vivaldi, Concerto No. 2 em Sol menor, op. 8, RV 315, "L'estate" (Verão), nº 3. Presto - ano 1723.

Ao ouvir a música, foi como se Vivaldi estivesse presente me regendo. Seus acordes em sintonia com os meus pensamentos  fluíram  tão bem que acabei escrevendo três cenas do texto.  Ficou faltando a última cena.



Escolhi outra música, da minha lista de preferências: Beethoven, Sonata Op. 27 n. 2 "Sonata ao Luar" (Piano Sonata No. 14 "Moonlight") - ano 1801. E foi no andamento desta melodia, que consegui concluir a última cena deste drama. Que é tão triste quanto, a sonata deste ilustre músico.



Em apenas um dia o  texto estava pronto. Procurei Jeff para lhe dar a boa notícia. Uma semana depois ele me avisou que não iria participar do festival, por uma série de percalços que surgem em nossas vidas. O texto acabou  ficando na gaveta.

Continuar lendo sobre os cinco compositores escolhido para o espetáculo: Vivaldi - Bach - Mozart - Beethoven - Shumbert.

Quatro anos depois, em março de 2011, Jeff me procurou novamente para retomarmos o projeto. Só que agora ele queria um longa. Começamos então o estudo das obras do compositor que em um primeiro momento nos inspirou: Vivaldi.

O texto foi então reformulado, inspirado pela obra de Vivaldi, As Quatro Estações. São quatro concertos para violino e orquestra compostas por ele em 1723. Acredito que cada pessoa ao ouvir esta obra terá a sua interpretação. Terá um significado diferente pela sua experiência de vida. Para mim serviu como guia para situar o tempo e o espaço do espetáculo, bem como o universo em que a personagem (Paulo) esta envolvido. O nascer, florescer, frutificar e morrer.


Percebi que "Amor de filho" mantinha uma certa continuidade, de um outro poema que escrevi para o meu livro Fardo Pesado em busca do seu Eu interior, chamado "Maria". Só que nesse, o ponto central, é a mãe que sofre e se doa pela criação de seus filhos. Aproveitei dessa linha de raciocínio para reforçar o texto com esse novo ângulo de visão, a partir do olhar do filho.

O texto passou de 30 para 50 minutos, dividido em 5 cenas.





Sobre o Nome da: Cia de Teatro Coração




TEMAS ABORDADOS

Assim nasceu Amor de Filho, um monólogo dramático que aborda vários temas do nosso cotidiano. Tais como: 

  • Personagem mal-sucedido na vida; 
  • Agressão Verbal; 
  • Linguagem Verbal depreciativa e Obscena;
  • Insinuações de consumo de droga;
  • Carência Afetiva;
  • Bullying;
  • Arma de fogo.

SINOPSE
  
Trancado em um quarto. O que se passa entre quatro paredes é tão difícil de desvendar, imagine descobrir o que se passa dentro de um cérebro, com cerca de 100.000 bilhões de neurônios.  São tantas realidades que se escondem, loucuras, desejos, afetos mal resolvidos. Palavras que nunca foram ditas, ofensas que se perduraram entre sentimentos que nunca existiram. Perguntas não respondidas, verdades não reveladas, uma existência não vivida.

E o tempo se vai... E o nosso personagem, Paulo, se encontra neste conflito psicossomático. Preso a traumas e emoções do passado, que insistem em voltar.  Trazendo sentimentos mal cicatrizados de abandono, rejeição e solidão. Revivendo sentimentos de dor, de angústia, de medo e culpa. E no final cabe ao público decidir quem está certo ou errado nessa história, pois cada um terá a sua defesa, dentro da sua realidade, da sua consciência moral.

Segundo o ator Jeff Félix  a frase que marca a sua realidade é:

"Porque você me deixou aqui neste quarto sozinho.  Por quê?"

Assim, descrevo alguns temas que compõem “Amor de Filho”. Tendo como ponto de partida o poema “Maria” do livro “Fardo Pesado, em busca do seu Eu interior”, também de minha autoria. 

Sinto-me orgulhoso em ser o "pai" de mais uma obra: Amor de Filho. 

Wladimir Matos (Wladi)





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